terça-feira, 28 de agosto de 2012

É mais fácil gostar do que é perfeito...

Estive refletindo a respeito de patriotismo... será que só eu acho uma perda de tempo? Já me explico: por milênios, defender as fronteiras era defender seus próprios interesses, a família, seu agrupamento, sua economia, sua cultura para que continuassem a existir. A sociedade dependia disso para manter o Estado e isso mantinha todo o status quo.  E hoje? Com a idéia de globalização, facilitar o trânsito de pessoas, capitais e produtos, faz sentido o patriotismo? Nossos governos facilitam o tal trânsito para manter a economia razoavelmente saudável. E já que se abolem as fronteiras, porque continuamos a manter os Estados? São os Estados que protegem nossa cultura, nossa economia, nosso agrupamento, nossa família? Talvez em parte, mas sonho como na música mais utópica já escrita: "imagine there's no countries, isn't hard to do"; vale a pena reler a letra toda. Precisamos mesmo do Estado para manter nossa VIDA? Nossos governos representam sim o povo: nossa omissão, nosso desejo de obter vantagem fácil... representam nossas falhas e nossos mais cruéis e mesquinhos desejos. Porque são humanos; errar é humano e blábláblá... e se mantém onde estão, porque mudar dá trabalho. Para sedar nossos sentidos, criamos - não somos vítimas no processo - artefatos que nos confortam: Patriotismo e outras muitas coisas pelas quais nos apaixonamos e não nos decepcionam... afinal, não existem mesmo... Porque o Governo não é perfeito, mas a Pátria o é. O amor platônico é perfeito, as pessoas não. As pessoas erram, são imperfeitas, são previsíveis, são imprevisíveis, nos ferem, nos decepcionam... 
Não houve alguém que dizem ter vindo e por ter dito coisas absurdas como amar o próximo, foi torturado e morto... acho que foi mais que um... Bem, até hoje evoluimos um pouco. Bem pouco desse estado medieval da alma humana. As pessoas são as "coisas" mais importantes. Deveriam ser! E não países, religiões, ideologias e tudo o mais que insistimos em colocar a frente disso. Então raios partam o Patriotismo, se não se quer mais fronteiras, porque mantemos os Estados sob o nome de um país, uma bandeira, hino e todo o circo? Dizemos NOSSO POVO e tratamos mal as pessoas desse povo?! 
E se ao invés de "amar" a Pátria, respeitássemos o Planeta? Se ao invés de "defender" o Povo, amássemos ao próximo? Se ao invés de cobrar mais horas trabalhadas, cultivasse a eficiência? Ia ser muito mais difícil. Ainda somos muito imaturos nessa existência para nos orientar com bom senso em massa... 
Sempre tive a idéia de que o mundo é esférico e moramos na superfície, para nos locomover melhor sobre ela. Que deveríamos nos conhecer melhor, saber onde vivemos, interagirmos com as outras vidas no planeta e o que faremos para manter uma boa existência, afinal as 3 perguntas fundamentais tem um objetivo de não serem respondidas e sim vividas: "Quem sou eu? Onde estou? Quem são vocês? Para onde vou?". E por que é que soam como piada???


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